O conhecimento e o avanço tecnológico no entendimento e tratamento das diferentes doenças cresceu enormemente, a despeito do descaso com o cuidado do sofrimento do paciente adoecido.
Diante de infinitas possibilidades e intervenções terapêuticas, a morte passa a ser vista por todos, inclusive pelo profissional de saúde, como inimigo a ser debelado e, diante do crescente conhecimento sobre as diferentes doenças o médico se afasta do seu papel inicial de cuidador e passa a atuar de forma mais intervencionista.
O paciente passa a ser visto como uma máquina, dividida em sistemas.
A medicina intervém para a correção “do que está errado” e a questão do sofrimento do ser humano, portador de tal dano, assume um plano secundário.
Durante a década de 50 três grandes estudos conduzidos no Reino Unido evidenciaram a presença de sofrimento significativo no final da vida de pacientes idosos e oncológicos.
As instituições de longa permanência também foram avaliadas como inadequadas, com deficiências graves tanto financeiras com em recursos humanos. É nesse cenário que surge Cicely Saunders, fundadora do movimento hospice inglês, enfermeira e assistente social que prestava cuidados a portadores de câncer terminal em “hospices” de Londres.
O movimento “hospice” moderno, ou movimento de cuidados paliativos, retoma os valores iniciais da prática medica, e o doente passa a ser visto como um todo. Esse modelo de cuidado, interprofissional desde o seu início,
se propõe abordar os aspectos físicos, psíquicos, sociais e espirituais do paciente portador de doença terminal, assim como de sua família.
Nesse modelo a morte não é vista como inimiga a ser vencida, mas como um desfecho possível para o processo de adoecimento. O objetivo não é, portanto, prolongar ou encurtar a vida, mas minimizar a presença de
sofrimento desnecessário.
Este curso visa despertar no participante o desejo de aperfeiçoamento para melhor assistir os pacientes e familiares que enfrentam doenças crônicas, incapacitantes e que levarão à morte.